Ciência

De olho na saúde do idoso hipertenso

UFPel, UFRGS e Hospital de Clínicas de Porto Alegre buscam verificar efeito de dois programas (físico e educacional) nesse público

Gabriel Huth -

Um estudo desenvolvido até 2019 quer verificar o quanto a prática de exercícios físicos e orientações sobre hábitos saudáveis podem impactar sobre a pressão arterial de idosos hipertensos. A pesquisa, dividida entre grupos de condicionamento físico e de educação em saúde, irá acompanhar cidadãos acima dos 60 anos de idade em Porto Alegre e em Pelotas. E a fase é, justamente, de recrutar novos interessados em participar.

O trabalho será realizado em duas frentes. Uma coordenada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), na capital gaúcha. A outra, a cargo da Escola Superior de Educação Física (Esef) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). E há razões de sobra para o esforço concentrado. Dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão apontam que a doença crônica atinge 30% dos adultos do país. E, entre os idosos, a prevalência é ainda mais alta: chega a até 60% da população com mais de 65 anos.

E mais delicado: não raro, a hipertensão está associada a outros problemas de saúde. Calcula-se que 50% das mortes causadas por doenças cardiovasculares, por exemplo, sejam influenciadas direta ou indiretamente pelo processo hipertensivo. Daí a importância do controle da pressão arterial e de identificar estratégias de prevenção.
“Queremos fazer com que idosos hipertensos se beneficiem do efeito não farmacológico do exercício sobre a pressão arterial, assim como possam incorporar novos hábitos a partir do programa de Educação em Saúde”, destaca a coordenadora do estudo na Esef, professora Stephanie Santana Pinto.

Um pequeno grupo já participou
A moradora do Arco-Íris, Lindomar Pereira Bertholdi, 66, fala com entusiasmo nos três meses em que fez parte do estudo. E ao retornar à Esef e conversar com o Diário Popular, por mais de uma vez, reforçou o apelo para os encontros voltarem a ocorrer, mesmo depois de finalizada a pesquisa. “Queria que continuasse. A gente se acostumou, fez amizade e era muito bom”, resume.

No dia a dia, a auxiliar de cozinha aposentada busca reproduzir ao menos parte dos ensinamentos para se manter ativa. “Tenho feito principalmente o agachamento e caminhadas de uns 40 minutos à tardinha, quando o sol já não tá tão quente”, conta. E garante: tem se sentido mais disposta. Um ânimo que faz a diferença na hora de preparar os bolos que a ajudam a complementar a renda.

Os dois programas
1) Treinamento físico combinado: Durante três meses os participantes terão oportunidade de realizar atividades físicas três vezes por semana. A prática, realizada sob orientação profissional, mesclará treinamento aeróbico para parte cardiorrespiratória - através de caminhadas e corridas - com treinamento de força, através do uso de steps,
de bandas elásticas e de exercícios, como o agachamento.

As atividades ganharão em velocidade e em intensidade conforme o perfil de cada um dos idosos. E é, justamente, para elevar as chances de o modelo ser replicado pela comunidade e ampliar a validade externa do estudo que os pesquisadores decidiram não utilizar estruturas de academia. A intenção é bem clara: permitir que a modalidade possa ser repetida em casa e também em espaços, como as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), sem muitos aparatos.

2) Educação em saúde: Ao longo de três meses, uma equipe multiprofissional promoverá aulas interativas em grupo. Serão abordados vários assuntos relacionados à saúde dos idosos e dos hipertensos e ao estilo de vida saudável. Alimentação, estresse e a importância das medicações estão entre os temas em pauta. Os encontros ocorrerão uma vez por semana. A intenção é de que a intervenção também possa incentivar na formação de novos hábitos.

Saiba mais

Como vai funcionar a pesquisa
Será desenvolvida em Pelotas e em Porto Alegre até 2019. Ao todo 184 idosos com diagnóstico de pressão alta participarão; 92 em cada cidade.

O estudo clínico, batizado de HAEL - Hypertension Approaches in the Elderly: a Lifestyle Study -, buscará entender os efeitos de diferentes abordagens de estilo de vida na saúde de idosos hipertensos. E, para atender esse objetivo, o trabalho será organizado em dois programas distintos.

Quem pode participar
Homens e mulheres a partir dos 60 anos de idade que façam uso de medicamento para controle da pressão arterial.

Ao candidatar-se para participar do estudo, o voluntário receberá telefonema e será chamado para uma conversa em que receberá detalhes da pesquisa. Se concordar em participar, passará por avaliações iniciais. Só então será sorteado para integrar um dos dois programas.

Assim como no começo da pesquisa, após os três meses de acompanhamento, o idoso também realizará testes e exames em visitas aos Centros de Coleta, no Hospital de Clínicas em Porto Alegre e no Laboratório de Avaliação Neuromuscular da Esef, em Pelotas.

Candidate-se!

Telefones:
(53) 98406-6314 e (51) 99204-3609

Site
www.ufrgs.br/hael/inscreva-se-para-participar

E-mail
[email protected]

Endereço da Esef:
rua Luís de Camões, 625 - bairro Três Vendas

tabela 2 e 3 (2)

 

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Feriado religioso altera vários serviços Anterior

Feriado religioso altera vários serviços

2018 “começa” nesta quinta-feira com a retomada de várias atividades Próximo

2018 “começa” nesta quinta-feira com a retomada de várias atividades

Deixe seu comentário